Páginas

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Dificil se desfazer
Tava olhando esses dias no meu computador como colocamos coisas inúteis no nosso meio, independente do fica dentro ou fora do computador, mas o incrível de tudo isso pra mim foi a hora de excluir tudo isso de mim, da minha vida, [do meu computador].
Vi umas músicas que tinham sido colocadas por sei lá quem, só sei que não gostei, e mesmo com toda essa certeza me vi numa dificuldade enorme de excluí-las por puro medo de um dia [nunca se sabe] precisar.
É ai então que agente [era só pra excluir alguns arquivos, esvaziar o PC] começa a imaginar situações de como precisaria de tudo isso, ou se a pessoa que a colocou lá [mesmo o PC sendo meu] vai procurar, vai se importar se ela não tiver por lá.
Sabe, eu decidi na minha vida sempre me importar com os sentidos dos outros, e mais ainda, me colocar no lugar deles diante de tal situação, voltando àquela lógica do eu não quero pra você o que eu não quero pra mim.
Mas, voltando ao inicio, me veio a vontade de escrever [a tempo não fazia isso] sobre o se desfazer das coisas, não só das boas, mas das coisas no geral, quem não quer esquecer e tirar da vida aquele cara safado que depois de anos de namoro te apunhalou pelas costas com a sua “melhor” amiga? Mas é fácil isso? Poxa, somos humanos suficientes [assim espero] para saber que tudo passa, que sempre vamos superar, mas calma lá o assunto aqui é, é ou não é difícil se desfazer?
Aquele ursinho do seu tempo de criança, aquele que sempre ouvia seus choros depois de uma desilusão amorosa, escutava seus suspiros por aquele menino tão lindo da escola, você sabe que cresceu, todos insistem que menina crescida não tem ursinho mais e ai obrigam você a se desfazer dele, é fácil pra você? E quero ainda ressaltar aqui que além do desfazer em material, ficam todas aquelas lembranças [que será que também devem ser desfeitas?].
Enfim, eu não consigo me desfazer, nem que eu não ame, as musicas aqui estão excluídas, mas eu me senti tão culpada que escrevi isso, tributo ao desfeito. ;)

Luiza Márcia
18/02/2010
Cada um no seu lugar
Ah, se tudo fosse um pouco menos complicado
Se você ficasse bem mais perto,
Aqui do meu lado
Seria então eu e você
E tudo aquilo que gostamos
Seria bem melhor viver
O sonho que nós dois sonhamos
Infelizmente o dia-a-dia foi nos separando
A gente mal se via,
Pouco tempo, tantos planos
Mas o sentimento ficou
E cada um no seu lugar,
Enquanto existir amor,
Lembrar você eu vou...

Você me faz
Sorrir em paz
Você me faz
Chorar
Não quero mais me afastar,
Eu aprendi
A te amar demais

Ausência

Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces.
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada.
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.


VINÍCIUS DE MORAES."